Pensamentos ruins trazem consequências ruins!


Rio de Janeiro, 1972  POR PAULO COELHO


Na época em que eu praticava meditação zen-budista, havia um momento em que o mestre ia até o canto do dojo (local onde os discípulos se reuniam) e voltava com uma varinha de bambu. Todos os alunos que não haviam conseguido se concentrar direito precisavam levantar a mão neste momento; então o mestre se aproximava, e dava três golpes em cada ombro.
No primeiro dia, isto me pareceu medieval e absurdo. Mais tarde, entendi que muitas vezes é necessário colocar no plano físico a dor espiritual, para ver o mal que ela causa. No caminho de Santiago, aprendi um exercício que consistia em cravar a unha do indicador no polegar quando pensasse algo prejudicial.
As terríveis conseqüências dos pensamentos negativos são percebidas muito tarde. Mas fazendo com que eles – através da dor – se manifestem no plano físico, nos damos conta do mal que nos causam, e terminamos por evitá-los.

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