Carnaval 2010 e Bakhtin

Os Amigos Super Foliões


Há valores, prazeres ou felicidades que não são negociáveis. Isso vai depender dos Valores e Crenças, como também a ou as Identidades de cada um. Pode ser ecológico negociar ou sacrificar algumas coisas para realizar um objetivo. Alguns exemplos podem ser: não ir a uma festa para estudar para uma prova; parar de comer doces e massas até atingir o peso ideal. Trabalhar por um mês 15 horas por dia para finalizar um projeto. Isto significa que cada um tem os seus limites em relação ao que pode ou não ser inegociável. 



Definir o que se é ou não negociável é um processo interno. Ouvir o outro pode ser interessante para refletir. Mas seguir os passos de uma pessoa leva ao objetivo dela, ao que ela se tornou ou se tornará. 

O próprio caminho é um caminho único e ouvir o próprio coração é essencial. Boas perguntas podem ser: O que eu estou de fato sentindo? O que eu quero? O que há de tão importante nisso? 

Eu tenho um exemplo. Por muito tempo, eu tive cursos Avatar e de PNL na época do carnaval. Eu nunca quis trabalhar nessa época. Um dos trainers que mais me apoiou nessa jornada inicial foi o Eduardo Shinyashiki. Ele também falava da importância de ter uma atitude mais empresarial e aproveitar a época para ministrar os cursos. Imagine a pressão pela qual passava. Pois, era de fato, mais fácil para os clientes fazerem os cursos por terem muitos dias livres (feriado prolongado) e precisarem se ocupar durante o caos do feriado de carnaval. Isso significa que o carnaval é uma boa hora para contribuir com o desenvolvimento das pessoas e de faturar $.

Todas as idades e classes no Fique na Sombra


Assumir o não trabalhar durante esse feriado foi muito difícil para mim. Até o dia em que li um texto do russo Mikael Bakhtin do inicio do século. Agora o meu sentir tinha um apoio racional, social e antropológico. Encontrei uma permissão para mim brincar sem culpa. Ele, o Bakhtin,  descrevia entre outras coisas, o jogo como os indivíduos aproveitam o carnaval para trocarem as Mascaras (identidades) e experimentarem o ser sem essas ou com outras diferentes das usadas rotineiramente. Não anotei o nome do texto. Tenho só algumas anotações e impressões da época da leitura. Isso era o que eu via e vejo ainda em Olinda. A integração entre os seres independente de classes e cultura, e o pertencer a algo inexplicável. Muitos dos meus amigos brincam em Olinda desde 1983. São mais de 25 anos juntos no mesmo bloco durante aquelas horas mágicas. 


A mascote da turma, Camila, 6 anos, completou as 7 horas de desfile do bloco na terça feira no ombro do pai. Não sei qual dos dois é o maior folião ou herói. Pois, para ambos é muito esforço.


Por fim, também cito, o processo de auto-conhecimento, nas interações com os outros seres num ambiente onde a variação de comportamento e a flexibilidade de limites pessoais é muito grande. Pois, muitas das regras das convenções sociais, impostas de fora para dentro, não têm grande poder dentro do caos carnavalesco. Isto quer dizer que mesmo o seu conhecido melhor amigo, pode mostrar novas faces, diferente das rotineiras, forçando-os a sair da zona de conforto e do automatismo, e interagir em um momento único e especial.

Mikhail Mikhailovich Bakhtin (1895 - 1975) foi um linguista russo.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Biografia

Nascido em Orel, localidade a sul de Moscou (ou Moscovo), de família aristocrática em decadência, cresceu entre Vínius e Odessa, cidades fronteiriças com grande variedade de línguas e culturas. Mais tarde, estudou Filosofia e Letras na Universidade de São Petersburgo, abordando em profundidade a formação em filosofia alemã.
Viveu em Leningrado após a vitória da revolução em 1917. Entre os anos 24 e 29 conheceu os principais expoentes do Formalismo russo e publicou Freudismo (1927), O método formal nos estudos literários (1928) e Marxismo e Filosofia da Linguagem (1929), sendo esta última talvez a sua obra mais célebre. Assinada com o nome de seu amigo e discípulo Volochínov, só a partir dos anos 70 teve difusão e reconhecimento importantes, e apenas recentemente é que veio a ser confirmada a sua autoria (Bakhtin concedeu a atribuição de diversos de seus textos a colegas). Em 1929, foi obrigado ao exílio interno no Cazaquistão acusado de envolvimento em actividades ilegais ligadas à Igreja Ortodoxa, o que nunca viria a ser demonstrado. Ficaria no Cazaquistão até 1936.
Mais tarde, ver-se-ia forçado ao exílio a Saransk (capital da Mordóvia) durante a purga de 1937. Em 1941 lê a tese de doutoramento no Instituto Gorki, de Moscovo, voltando a Saransk como catedrático após a Segunda Guerra Mundial, e sendo redescoberto como teórico por estudantes da capital russa a seguir à morte de Estaline e sobretudo na década de 60. Os seus trabalhos só foram conhecidos no Ocidente progressivamente a partir da década de 80, atingindo grande prestígio e referencialidade póstuma nos anos 90 e até à actualidade.
Seu trabalho é considerado influente na área de teoria literáriacrítica literáriasociolingüísticaanálise do discurso e semiótica. Bakhtin é na verdade um filósofo da linguagem e sua lingüística é considerada uma "trans-lingüística" porque ela ultrapassa a visão de língua como sistema. Isso porque, para Bakhtin, não se pode entender a língua isoladamente, mas qualquer análise lingüística deve incluir fatores extra-lingüisticos como contexto de fala, a relação do falante com o ouvinte, momento histórico, etc.
Marxismo e Filosofia da Linguagem
A pretensão exprimida por ele em Marxismo e Filosofia da Linguagem é dotar a teoria marxista de uma formulação coerente em relação à ideologia e à psicologia, superando em simultâneo o objetivismo abstrato ou positivista e o subjetivismo idealista. Para tal, descobre no signo lingüístico um signo social e ideológico, que põe em relação a consciência individual com a interacção social. O pensamento individual não cria ideologia, é a ideologia que cria pensamento individual. Literalmente, afirma que "Uma das tarefas mais essenciais e urgentes do marxismo é constituir uma psicologia verdadeiramente objetiva. No entanto, seus fundamentos não devem ser nem fisiológicos nem biológicos, mas sociológicos".
Apesar de ter sido escrito no fim da década de 20, a obra mantém uma actualidade espantosa e faz parte dos fundamentos da mais atual teoria textual e semiótica. De caráter interdisciplinar, abre portas para uma nova interpretação do signo, da linguagem, da comunicação e da ideologia, de base social e material mas não mecânica nem positivista. Aplica omaterialismo dialético ao campo da lingüística de maneira fértil e original.
De facto, Bakhtin professa uma abordagem que transcende a abordagem marxista da língua e da lingüística, combinando-o com o freudismo, o estruturalismo, o evolucionismo, a física relativista e a biologia. Para ele “a palavra é o signo ideológico por excelência” e também "uma ponte entre mim e o outro".


Teoria literária
Conceitos fundamentais associados à obra de Bakhtin incluem o dialogismo, a Polifonia (linguística), a heteroglossia e o carnavalesco.
Todos eles se afirmam na sua teoria literária, formulada principalmente na sua tese de doutoramento: A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais (1941), em que rechaça a norma unívoca e a rigidez dos padrões e estilos. Reivindica a ambivalência, o discurso carnavalesco, amplo, polifónico e dialógico. Opõe-se à unidirecionalidade da retórica clássica e reivindica uma interpretação participativa, integradora, social, diversa e múltipla na construção da obra literária.

Para saber mais: http://www.eca.usp.br/pjbr/arquivos/resenhas9_c.htm

Comentários

Unknown disse…
pooooooooooooutz!!!

pense numa foto arretada :)

bisou!

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