Notas sobre Lars Von Trier


Primeiramente, essas notas não são sobre a pessoa, e sim sobre a obra desse cineasta. Elas são evidências de algo que se passa na cabeça dele. É muito simples taxar o cineasta de alguma coisa, sem um conhecimento mais aprofundado. Para mim, foi importante ter assistido ao "As 5 obstruções". Assim arrisco uns palpites sobre a obra e a importância dela para os seres humanos.




Dogville é o TROPA DE ELITE dinamarquês.
A Grace (Nicole Kidman) tinha a intenção de educar.
A educação não foi compreendida.


Em Manderlay, a aula sobre democracia é realmente ministrada.
A critica aos americanos, na verdade é a todo um conjunto filosófico e econômico surgido muito tempo antes, no séc XVII, na Inglaterra, Escócia e Irlanda. Em vez de personificar um país ou povo, podemos perceber que esse sistema de crenças nasceu ainda antes da queda da bastilha. 


A Grace em Mandelay (continuação de Dogville) parece ainda mais com uma consultora organizacional. Talvez, você conheça alguma pessoa que queira mudar o mundo.

Temos muito tempo de outras coisas que não são Democracia. Somos ainda muito jovens num ideal de governo para o benefício dos seres humanos. No Brasil, esse tema ainda é um bebê. Veja a reportagem abaixo do Bauman


O Grande Chefe mostra a manipulação de emoções por parte de um gestor. Mais uma vez o sistema filosófico e as práticas sociais são trazidas a tona. Contudo, isso é muito pouco. O filme mostra toda uma relação entre diretor e atores, diretor arte e publico. 


Melancolia é uma homenagem a vida. Um brinde a vida!


Melancolia expugna práticas sociais e pensamentos execráveis.


Como em qualquer catástrofe, não temos o que fazer e nem choramingar. É um acontecimento natural. A morte acontece e vai acontecer a qualquer um. Um outro mundo é possível nem que seja dentro de uma cabana mágica.

O absurdo é a banalização da importância da  vida, dentro desse sistema filosófico de vida e suas práticas sociais. Como neste dado momento, onde temos tanto conhecimento e informação, tantas pessoas estão com fome, outras sendo assassinadas, outras com a dor de perder seus instrumentos de trabalho ou de se expressar (tinha que falar da minha máquina fotográfica com as 2000 fotos da Patagônia Chilena e Argentina roubada na Bolívia em JAN de 2011), outras vivendo apavoradas ou com medo da vida urbana. A esse mundo execrável, a melhor solução é o fim dele. Quem vai sentir falta desse mundo? Os únicos que podem responder "sim" a essa pergunta, são aqueles que se beneficiam dessa desigualdade. 

O desafio é encontrar uma forma, um meio, os caminhos para esse ideal. Nós que trabalhamos com o desenvolvimento de seres humanos, nós os educadores, nós os artistas que questionamos e confrontamos a cultura, nós os seres espiritualizados, nós, eu e você, todos estamos junto nessa jornada de transformação.


Enquanto, escrevo esse post, imagens dessa semana de agosto de 2011 (a charge do Carlos Latuff sobre a Líbia; as manifestações da população oprimida em Londres com pessoas do governo defendendo o uso de censura na internet e uso de força militar; o assassinato da juíza do Rio, e os escravos encontrados, pela A Liga da Band, nas confecções terceirizadas da Zara boutique e nas construções de escola terceirizadas pelo governo em São Paulo) passam pela minha mente.  



Viver nesse mundo execrável é muito difícil. Mas eu tive um dia sensacional com pessoas especiais que me inspiraram escrever essas notas. Pequenas gotas num lago, um dia o encherá. Paciência, infinita paciência. Amor, infinito amor. Esse sistema demorou algumas centenas de anos para si tornar isso, mas as transformações ainda continuam. Há melhoras. Há milagres surpreendentes. O aqui e agora, neste planeta, ainda é o melhor lugar para viver e celebrar a dadiva da vida. Um brinde!






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